Quando Deus mandou um Tijolo – Minuto da Metáfora

Podcast Quando Deus Mandou um Tijolo

Andava pela cidade um executivo bem-sucedido com seu carrão, que havia acabado de comprar. Nem adianta eu falar para vocês que era um Jaguar ou Honda, porque não saberia dizer qual carro seria.

Ele andava por uma rua pequena e cheia de árvores, observando crianças que estavam por ali, e diminuiu um pouco a velocidade, quando de relance achou que tinha visto algo. Não era uma criança, mas parecia algo grande e pesado vindo em sua direção e com força. Ele ouviu aquele som de impacto surdo e percebeu que um tijolo havia acertado a porta lateral do seu potente carro novo.

Indignado, parou bruscamente, deu marcha ré e foi até o lugar de onde achou que o tijolo foi atirado. Pulou do carro bastante nervoso, pegou uma criança pelos braços e empurrou ela contra a parede.

– Moleque, você sabe o que você fez? Quem é você? Este é meu carro novo e ele é muito caro, você sabia? Esse tijolo que você jogou vai me custar muito dinheiro. Por que você fez isso?

– Por favor sr, me desculpe. – Disse o garoto. Eu não tinha intenção de fazer nada disso, mas eu não sabia o que fazer. Ninguém estava querendo parar para me escutar. Implorou o pequeno garoto.

E o rosto do garoto estava cheio de lágrimas, e seus olhinhos vermelhos de choro. E ele apontava na direção dos carros estacionados:

– É o meu irmão – disse o garoto. Ele desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e eu não consigo levantá-lo – E o menino implorou ao executivo.

É o meu irmão. Ele desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e eu não consigo levantá-lo – Soluçando, o menino implorou mais uma vez ao executivo:

– O senhor pode me ajudar a socorrer o meu irmão? Ele está muito machucado, e é muito pesado para mim.

O que me chama atenção do comportamento humano, é como em algumas situações podemos viajar da raiva para a compaixão em instantes de segundos. O caminho inverso também é tão rápido quanto, mas a maioria dos corações são puros e a raiva é apenas uma maneira estranha de demonstração de amor e compaixão.

Então o executivo movido intensamente pelas palavras daquele garoto, foi até o garoto que estava caído e o colocou sentado em sua cadeira de rodas. Tirou um lenço do bolso e limpou as feridas e arranhões do jovem que estava machucado e verificou se tudo estava bem.

Disse então o garoto.

– Muito obrigado meu Senhor, e que Deus possa abençoá-lo, e que ele dê ao senhor o dobro.

Mas o que aconteceu a seguir, foi ainda mais comovente que toda a história que contei aqui. E seguro uma lágrima que insistente quer sair do olho.

O menino então procurou em seus bolsos e tirou algumas notas de dinheiro amassadas e algumas moedas sujas e entregou para o executivo dizendo.

– Senhor, quero pagar pela porta.

O executivo não sabia mais o que pensar, e simplesmente não raciocinou, e estava sendo movido por emoções que ele nem podia identificar. Ele pegou aquele dinheiro e não estava mais pensando. E o menino foi se distanciando empurrando o irmão na cadeira de rodas. Aquele caminhar estava hipnotizando o homem que não soube como e quando, mas havia voltado para o carro.

Passou-se o tempo, e ele notou que não havia consertado a porta. Deixou ela arranhada e percebeu que não estava tão amassada assim. Pensou que foi uma cicatriz do tempo que havia lhe ensinado uma grande lição.

A vida as vezes precisa jogar um tijolo para chamar a nossa atenção.

Deus tem sussurrado muitas vezes nos nossos ouvidos. Mas fazer o que? Algumas vezes ele precisa colocar um tijolo nas mãos de um menino para a gente prestar atenção no que ele quer nos dizer.

Compartilhe esta história com um amigo que precisa ouvir isso.

Mas então, vamos sorrir um pouco? Quantas lições podem existir em uma obra, numa pilha de tijolos?

Copyright 2024 - Marcelo J Bresciani

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