Em um mundo onde a Inteligência Artificial (IA) já não é mais uma ameaça distante, Yoshua Bengio, renomado cientista da computação, levanta um sinal de alerta. Em um recente artigo publicado, ele revela um impacto profundo no mercado de trabalho, que afeta diretamente os empregos cognitivos e, em uma escala mais abrangente, até mesmo o tecido da nossa democracia. Atos como a substituição de empregos em escritórios por automação silenciosa já estão em andamento, e com isso, não apenas os novos contratados, mas todos enfrentam um futuro desafiador.
Empregos Cognitivos na Mira da IA
De acordo com Yoshua Bengio, aqueles que operam por trás de um teclado estão na primeira linha de frente para sentir os efeitos da crescente onda de automação. “É apenas uma questão de tempo,” destaca ele ao se referir aos empregos cognitivos, espécie de marionetes que dançam ao som da inteligência artificial. Geração Z, uma juventude que lutou para esculpir seus nomes em escritórios, observa seus papéis juniores lentamente sendo engolidos pela eficiência das máquinas. Este não é um conto apocalíptico sobre o futuro; a transformação acontece agora e promete impactar todos os empregos em um horizonte de cinco anos.
Bengio, um laureado com o Prêmio Turing, há muito viu a beleza e o potencial da IA, mas agora admite uma visão distópica do que ajudou a criar. Suas descobertas atuais sugerem um cenário onde, mais cedo ou mais tarde, a pressão sobre empregos físicos, como o de um encanador, também se intensificará, mesmo que se insista no contrário.
A Educação e a Democracia no Caminho da IA
As universidades, por anos símbolos da ascensão profissional, hoje enfrentam um paradoxo. Graduados acadêmicos encontram-se numa encruzilhada, onde diplomas já não garantem mais segurança em um mercado faminto por automação. Esta realidade já se faz sentir no Reino Unido, onde os graduados enfrentam um mercado de trabalho sombrio, o pior desde 2018.
Empresas como Intel, IBM e Google congelaram posições, esperando que a IA ocupe seu lugar. O ambiente, segundo Bengio, não reflete apenas uma oscilação econômica. Implementar robôs e duplicar esforços tecnológicos está agora no mapa estratégico das corporações. O cientista revela que temas antes tratados como ficção científica já sustentam a verdade cotidiana.
Inclusive, a própria democracia não está a salvo. O medo é que, com a tecnologia avançando a passos largos, não só o mercado de trabalho como conhecemos, mas também as fundações de nossas sociedades políticas transformem-se perante tal revolução da IA.
A Responsabilidade e os Próximos Passos
Como arquitetos de um sistema que agora assombra, cabe aos líderes empresariais refletirem sobre esta transformação. Yoshua Bengio enfatiza a importância de dialogar e reconsiderar o caminho da competição desenfreada. Ele sugere uma pausa coletiva, um momento de introspecção entre CEOs. “Dê um passo para trás”, implora Bengio, “porque correndo o risco dessa corrida incontrolável, podemos comprometer não apenas o presente mas, crucialmente, o futuro de nossos filhos.”
Em meio a essa tempestade tecnológica, Bengio fundou a LawZero, uma organização destinada a assegurar que a evolução da IA permaneça segura e alinhada com os objetivos humanos. No entanto, com mudanças surgindo num ritmo imparável, permanecem preocupações com a capacidade humana de acompanhar e regular tal progresso antes que se torne irreversível.
Para ler mais, acesse o artigo original em https://fortune.com/2025/12/19/yoshua-bengio-ai-only-a-matter-of-time-before-every-single-job-is-wiped-out-even-gen-z-trade-plumbing/.
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